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Destilação na análise de proteína pelo método Kjeldahl
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A destilação é responsável por transformar a forma do nitrogênio, permitindo
a sua quantificação na etapa posterior, que é a titulação. Uma série de
detalhes garantem que a destilação seja realizada de maneira correta,
influenciando nos resultados finais.
A destilação é a segunda etapa da análise de proteína pelo método Kjeldahl, e ocorre após a digestão da amostra. Saiba mais sobre as 8 dúvidas clássicas sobre a digestão na análise de proteína.
O método de determinação de nitrogênio total foi desenvolvido há
mais de 130 anos pelo químico dinamarquês Johan Gustav Kjeldahl, e desde
então, tem sido estudado, modificado e melhorado. O método Kjeldahl é
referência ou padrão para quantificar o teor de proteína em alimentos,
sendo recomendado por órgãos normalizadores como AOAC e ISO. Esse método quantifica o teor de nitrogênio
total e estima indiretamente o teor de proteína dos alimentos.
Método Kjeldahl
O método consiste na digestão com ácido sulfúrico concentrado e
uma mistura catalítica para acelerar a reação, seguida de destilação com
hidróxido de sódio para liberação do íon amônio que é retido (geralmente) em ácido
bórico.
A última etapa é a titulação com ácido forte padronizado para
quantificação do nitrogênio total presente na amostra. O teor de proteína
é então estimado indiretamente através de cálculo, multiplicando o teor de
nitrogênio por um fator de conversão.
O resultado final da análise, ou seja, o teor de proteína, é dependente da qualidade de cada etapa do processo analítico. Por possuir várias etapas, todos os detalhes do processo devem ser realizados de forma criteriosa com o intuito de se evitar erros.
Destilação
Na destilação o objetivo é transformar o nitrogênio presente na
solução na forma de (NH4)2SO4 (Sulfato de
amônio, estável em meio líquido) para NH4OH (Hidróxido de amônio,
volátil). Com adição de Hidróxido de sódio (NaOH) concentrado e com o aquecimento,
ocorre a liberação do íon amônio que é separado da mistura por destilação. O NH4
liberado é aprisionado em uma solução de Ácido bórico, formando Borato
de amônio, que é então titulado com ácido padronizado para cálculo do
conteúdo de nitrogênio.
Em resumo, o tubo de borossilicato contendo a amostra digerida é
colocado no Destilador de nitrogênio, modelo TE-0364, TE-0365/1 ou
TE-0366, onde é dosado hidróxido de sódio para neutralização. O Sulfato de
amônio, presente no tubo, em contato com o Hidróxido de sódio e o vapor de água
da caldeira do equipamento, é transformado em Hidróxido de amônio e, assim,
liberado em estado gasoso.
Quando o Hidróxido de amônio é liberado, ele passa pelo sistema de
destilação do equipamento e condensa dentro do Erlenmeyer que foi preparado
previamente com ácido bórico e indicador, formando o borato de amônio em uma
coloração que passa de vermelho pálido para verde ou azul, a depender do
indicador utilizado.
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Antes de iniciar a destilação
- A solução digerida deve estar resfriada em temperatura ambiente
- É necessário colocar um Erlenmeyer contendo Ácido bórico e indicador na
saída do condensador, de forma que a ponteira do condensador fique mergulhada na
solução no interior do erlenmeyer
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Qual a quantidade e por que é adicionada água na solução antes da
destilação?
A diluição em água atenua reações violentas
durante a alcalinização com Hidróxido de sódio. Dessa forma, com auxílio de uma
pisseta é adicionada água destilada, de forma a lavar as paredes do tubo contendo
a amostra. Em destiladores mais tradicionais (que não trabalham com caldeira
geradora de vapor), a água também serve para promover a ebulição, função que
deixa de ter sentido em destiladores com caldeira geradora de vapor.
A quantidade de água adicionada é relativamente pequena e se deve levar
em conta o volume do tubo disponível. Se for adicionada água em excesso,
superior a capacidade útil do tubo for, amostra pode subir para as esferas de
Kjeldahl durante a destilação.
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Qual o volume de hidróxido de sódio?
Esse volume depende do quão acidificada está a solução e deve ser
suficiente para sua neutralização e para completar a reação que transforma o
Sulfato de amônio em Hidróxido de amônio. Por isso algumas vezes se faz uso de
um indicador ácido-base, como fenolftaleína, para ajudar a definir o volume
correto a ser adicionado.
Previamente ao Hidróxido de sódio, é adicionado 1 mL de solução de Fenolftaleína
1% à amostra. O volume de Hidróxido de sódio é adicionado lentamente, até que ocorra
uma mudança de cor da solução seja visível.
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Qual volume de solução para iniciar a destilação?
O volume depende da capacidade do tubo utilizado e protocolo seguido. Se
o volume de solução for superior a capacidade do mesmo, a solução pode subir
para as esferas de Kjeldahl durante a destilação.
Os volumes recomendados para destilação são de até 30 ml no tubo micro e até 150 ml no tubo macro.
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Qual volume coletado após a destilação?
O volume de destilado coletado deve ser padronizado para todas as
amostras de acordo com o protocolo seguido.
Se houver um tempo maior de destilação,
o volume coletado será superior, pois um maior volume de água será transportado
para a solução receptora. Entretanto, o excesso de água não vai alterar os
resultados da fase posterior, que é a titulação.
A maior parte de NH3 destilada é retida na solução ácida
receptora em um intervalo de 5 a 10 minutos do tempo de fervura. No entanto,
dependendo do volume da mistura de digestão e do método a ser seguido, 15 a 150
ml de condensado devem ser coletados no frasco receptor para garantir a
recuperação completa do nitrogênio.
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Taxa de destilação
A taxa de destilação é afetada
pela capacidade de resfriamento do condensador e pela temperatura da água de
resfriamento, mas principalmente pela entrada de calor.
Uma taxa de destilação de cerca de 7,5 ml / minuto é mais comumente
citada nos métodos aceitos.
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Amostras com baixo teor de nitrogênio
Para amostras com baixo teor de nitrogênio, além do maior volume de
amostra, é indicado “pré-condicionar” o destilador de nitrogênio, antes da
utilização.
Para isso é necessário destilar uma mistura 1:1 de água livre de amônia
e 50% NaOH (hidróxido de sódio) por 5 minutos antes da destilação da amostra, para
reduzir a contaminação da amônia atmosférica.
ü Porque é importante o resfriamento do condensador?
O resfriamento do condensador é fundamental para a destilação além de garantir que o Tetraborato de amônio seja formado e não haja perda de amônia por evaporação, interferindo no resultado final.
O banho termostatizado pode ser utilizado para
garantir o resfriamento dos condensadores, além disso, seu uso reduz o consumo
de água, por ser um sistema de circulação fechada. Para os destiladores de nitrogênio,
modelo TE-0364 e TE-0365/1 podem ser utilizados os banhos termostatizados,
modelo TE-183 e TE-184/1. Para o Destilador de Nitrogênio, modelo
TE-0364, também pode ser utilizado o
TE-2005/1.
ü Finalizando a
destilação
Ao finalizar a digestão, antes de desligar o destilador, o Erlenmeyer (localizado
na ponta do condensador) deve ser retirado, para que não haja ter retorno da
solução destilada para o equipamento.
Além disso, entre uma amostra e outra é necessário lavar a ponta do
destilador com água destilada.
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Considerações finais
O método Kjeldahl é o mais utilizado para análise de proteína em
alimentos, entretanto, é a ocorrência de erros acumulativos nas diferentes
etapas analíticas (amostragem, digestão, destilação e titulação), pode
comprometer a precisão e exatidão do resultado final.
Além de equipamentos adequados e definição do método a ser seguido, é necessário que os analistas estejam qualificados para estabelecer e conduzir o protocolo, garantido que o processo de análise seja realizado com sucesso.
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