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Açúcares redutores em alimentos e bebidas
te-088,redutec
Impossível não associar a palavra açúcar aos pequenos cristais brancos que
utilizamos para adoçar o cafezinho do dia-dia.
Na indústria, os açúcares são não apenas utilizados para adoçar,
cumprindo também funções tecnológicas contribuindo para textura, volume, cor e
preservação dos alimentos e bebidas. Além disso, é fonte de energia e responsável por vários efeitos fisiológicos no
metabolismo humano, principalmente em funções estruturais.
AÇÚCARES: REDUTORES X NÃO REDUTORES
Os açúcares são definidos como carboidratos e se caracterizam por serem compostos orgânicos contendo carbono, hidrogênio e oxigênio, classificados em:
- monossacarídeos (glicose, frutose e
galactose)
- disssacarídeos
(sacarose, lactose, maltose, etc.)
- polissacarídeos (amido, glicogênio, celulose
etc.)
Alguns açúcares possuem em sua estrutura grupos
aldeídos e cetônicos livres que são capazes de se oxidar na presença de agentes
oxidantes em soluções alcalinas. Devido a essa característica, esse grupo é
chamado de açúcares redutores (AR), que são
monossacarídeos e alguns dissacarídeos, como a maltose (formada por glicose) e
a lactose (formada por galactose e glicose). Por outro lado,
alguns açúcares não possuem essa característica sem sofrer hidrólise prévia, sendo
chamados de açúcares não-redutores (ANR). Ao
sofrerem hidrólise por ácidos ou pela ação da enzima invertase, liberam a glicose e a frutose e passam a ser denominados açúcares
invertidos, que possuem maior poder adoçante
e não formam cristais.
Um exemplo de ANR é a sacarose conhecida como “açúcar de mesa” e formada pela ligação entre o grupo aldeído de uma molécula de glicose e o grupo funcional cetônico de uma molécula de frutose. A soma dos níveis de açúcares redutores e não redutores representa a quantidade total de açúcares em um produto.
METODOLOGIA DE ANÁLISE
Um dos métodos mais utilizados na determinação de
açúcares redutores é baseado na redução de íons de cobre em óxido cuproso pelos
grupos redutores de açúcares em meio alcalino, a partir de solução de Fehling
(sulfato cúprico + tartarato duplo de sódio e potássio), segundo metodologia de
Lane-Eynon. Para os açúcares não redutores, é necessária uma etapa prévia de
preparo da amostra, onde por hidrólise ocorre a quebra das ligações glicosídicas,
transformando os dissacarídeos e polissacarídeos em monossacarídeos. Posteriormente, esses açúcares redutores se
oxidam em contato com solução alcalina de Fehling, cujos íons cúpricos se
reduzem a óxido cuproso formando sal sódico representado por um precipitado
vermelho tijolo (TAVARES et al., 2010; AOAC, 2016).
A partir do volume da amostra gasta, deve-se calcular o teor final de açúcares redutores, que corresponde aos grupos mais simples, representados por glicose e frutose. Tradicionalmente, a realização desta análise titulométrica exige o uso de vidraria adicional, bico de Bunsen ou chapa aquecedora, que acaba tornando a análise mais demorada e menos precisa devido à dificuldade de padronização da temperatura durante a titulação, além de insegura por conta do uso do bico de Bunsen e da bureta. Embora seja uma análise simples, a titulação é um ponto crítico pois cada analista pode ter uma percepção diferente do ponto de mudança de cor (que determina o término da titulação) afetando a padronização dos resultados.
DETERMINADOR DE AÇÚCARES REDUTORES – TE-088
O equipamento foi desenvolvido com base na tradicional metodologia de Lane-Eynon
para a realização de análises pelo princípio
da destilação utilizando as soluções de Fehling, sendo os açúcares oxidados a
ácidos orgânicos. A reação de oxido-redução deve ser mantida na mesma
proporção entre a quantidade de açúcares redutores e de cobre reduzido, sendo
que de acordo com o volume de solução gasto pode-se obter a concentração dos açúcares
redutores na amostra.
O uso do TE-088 dispensa a utilização de vidraria e acessórios adicionais, otimizando a rotina de análise além da temperatura durante a titulação ser padronizada. Contudo, a maior vantagem é devido a utilização do eletrodo de platina, que substitui o azul metileno como indicador do ponto final da titulação, garantindo maior precisão e repetibilidade quando comparado a análise tradicional. O equipamento conta com um display digital (Figura 1), onde é possível visualizar o ponto de inflexão por uma escala numérica e não somente por uma mudança de cor da solução. Dessa forma, o equipamento aumenta a precisão do método, já que o resultado independe da percepção e experiência do analista.
SOBRE A TECNAL
A Tecnal
tem como missão contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico e com
a indústria nacional e internacional por meio da
fabricação e da comercialização de equipamentos científicos, da prestação
serviços especializados e da disseminação do conhecimento.
A empresa
busca crescer de maneira inovadora e sustentável, focada na continuidade e na
excelência operacional, de forma a tornar-se uma referência no mercado
brasileiro e internacional de equipamentos científicos. Fale conosco: telefone/WhatsApp (19) 2105-6161, e-mail: contato@tecnal.com.br ou pelo nosso site clicando aqui.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AOAC - Associação de Químicos Analíticos
Oficiais. Métodos Oficiais de Análise. 20ª Edição.
Rockville: AOAC International, 2016. 3172p.
Instituto Adolfo Lutz.
Métodos físico-químicos para análise dealimentos. Ed. São Paulo: Instituto
Adolfo Lutz, 2008.
TAVARES, J.T. de Q. et al. Interferência do Ácido Ascórbico na Determinação de Açúcares Redutores pelo Método de Lane e Eynon. Quím. Nova, São Paulo, v. 33, n. 4, p. 805-809, 2010.