A acumulação de sais e sódio nos solos é um fenômeno natural, observado sob condições de aridez. Nessas áreas, a alta taxa de evaporação e baixa precipitação, associadas às características do material de origem e às condições geomorfológicas e hidrológicas, favorecem a formação de solos com teores elevados de sais solúveis e sódio trocável. Solos afetados por sais e sódio ocorrem principalmente em áreas planas, deltas e bacias fechadas, onde quase sempre a drenagem é deficiente.

Além disso, o uso inadequado da irrigação, principalmente com águas salinas ou sódicas, tem contribuído para a perda da capacidade produtiva do solo.

Entre os parâmetros que determinam a qualidade da água para irrigação, a salinidade (concentração de sais solúveis) é um dos principais fatores limitantes ao desenvolvimento das culturas. O acúmulo de sais na rizosfera afeta o crescimento das plantas, reduz a produtividade e, em casos mais severos, pode inviabilizar a produção agrícola. Isto ocorre em razão da elevação do potencial osmótico da solução do solo, por efeitos tóxicos dos íons específicos e alteração das condições físicas e químicas do solo.

Mesmo com o controle da qualidade da água de irrigação, há sempre um acúmulo residual de sais no solo. Por isso, a análise da salinidade é essencial para monitorar as condições do solo e realizar correções sempre que necessário.

Análise de salinidade: o método do extrato de saturação

A salinidade do solo é comumente avaliada por meio da condutividade elétrica (CE). O método mais recomendado para essa determinação consiste na saturação de uma amostra de solo com água destilada, seguida de filtração a vácuo. O líquido obtido nesse processo é denominado extrato de saturação, e a condutividade elétrica medida nesse extrato é chamada de condutividade elétrica do extrato de saturação (CEes). Esse procedimento foi proposto por Richards (1954) como o método padrão para avaliar a salinidade do solo, especialmente no que diz respeito ao impacto sobre o desenvolvimento das plantas.

Em laboratório, a análise é feita a partir da preparação de uma pasta saturada, misturando-se terra fina seca ao ar (TFSA) com água destilada até atingir o ponto de saturação. Após um período de repouso, essa pasta é colocada em um funil de extração com papel de filtro de alta retenção. Em seguida, aplica-se sucção para coleta do extrato, que será utilizado para a análise da condutividade.

O ponto de saturação do solo é identificado visualmente. A pasta saturada apresenta propriedades características, como refletir a luz, flui levemente quando o recipiente é inclinado e desliza facilmente por uma espátula.

No entanto, por depender da percepção do operador, esse ponto final tem caráter subjetivo, o que pode comprometer a reprodutibilidade e comparação entre laboratórios.

Sistema de Filtração para Pasta Saturada de Solos

Para tornar essa análise mais prática e padronizada, foi desenvolvido o Sistema de Filtração para Pasta Saturada de Solos, modelo TE-0593/1. Esse equipamento foi projetado para substituir o método tradicional com funil de Büchner e kitassato.

O TE-0593/1 possui capacidade para até seis amostras simultâneas, permitindo a filtração individual. Sua estrutura é em acrílico e PVC, materiais que garantem resistência, durabilidade e facilidade na higienização. O sistema conta com engates rápidos que facilitam a montagem, o manuseio e a limpeza. Além disso, é possível acoplar até dois TE-0593/1 à mesma bomba de vácuo, ampliando a capacidade de trabalho e otimizando o tempo.

Como funciona esse Sistema de Filtração?

O equipamento é composto por funis em PVC com diâmetro interno de 100 mm (adequados para a colocação da membrana filtrante), suporte do filtro, frascos de amostragem, frascos de vácuo, engates rápidos, adaptadores e o-rings de vedação. A montagem do sistema é simples: os frascos de vácuo são inseridos no suporte, seguidos dos adaptadores e dos frascos de amostragem. Com os tubos conectados, os o-rings e adaptadores são posicionados, e então os funis são encaixados nos frascos, com o suporte do filtro finalizando a estrutura.

Para realizar a análise, o operador deve posicionar o papel de filtro no funil e, em seguida, despejar parte da amostra de pasta saturada, previamente preparada, espalhando-a de maneira uniforme até cobrir toda a superfície do filtro. O sistema, além de facilitar a operação, permite maior reprodutibilidade entre análises.

Equipamentos complementares para essa análise 

O TE-0593/1 é utilizado em conjunto com uma bomba de vácuo como os modelos TE-058/1 ou TE-0581/1, responsáveis por gerar a sucção necessária durante o processo de extração do extrato de saturação.

Para a medição da condutividade elétrica, recomenda-se o uso do condutivimetro TEC-4MP, que possui uma célula constituída por duas placas de um material especial (platina, titânio ou níquel coberto com ouro ou grafite), uma fonte de alimentação e um registro de medição. Ao introduzir a célula na solução, aplica-se uma diferença de potencial entre as placas. A corrente gerada é medida e, com base na calibração do equipamento, calcula-se a condutividade da amostra.

Considerações finais

A análise da condutividade elétrica do extrato de saturação é essencial para o diagnóstico e manejo adequado da salinidade do solo, especialmente em regiões com uso intensivo de irrigação. O Sistema de Filtração para Pasta Saturada de Solos, modelo TE-0593/1, é uma solução prática, eficiente e padronizada para laboratórios que realizam esse tipo de análise.

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Referências Bibliográficas

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VETTORI L. Métodos de Análise de Solo. Boletim Técnico n.°7. Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo. EPE MINISTÉRIO DA AGRICULTURA.