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Diferença entre açúcares redutores e não redutores
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Os açúcares são carboidratos, se
caracterizam por serem compostos orgânicos, e são a principal fonte de energia
para as células, sendo rapidamente metabolizados para fornecer energia.
Quimicamente, os açúcares são formados por átomos de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O) em uma proporção fixa, seguindo a fórmula geral dos carboidratos (CH2O)n. A presença de grupos funcionais como aldeídos ou cetonas determina a classificação dos açúcares em redutores ou não redutores, além de outras propriedades.
Classificação geral dos açúcares
Os açúcares podem ser
classificados de várias formas, de acordo com a complexidade da sua cadeia. As
classificações incluem:
1. Monossacarídeos: São os açúcares
mais simples, compostos por uma única molécula de açúcar. Não podem ser
quebrados em moléculas menores por hidrólise. Os exemplos mais comuns são:
- Glicose: Um dos principais
produtos da fotossíntese e a principal fonte de energia em humanos.
- Frutose: Encontrado nas frutas e
no mel, é o mais doce dos monossacarídeos.
- Galactose: Presente no leite e nos produtos lácteos.
2. Dissacarídeos: São compostos por duas moléculas de monossacarídeos ligados por uma ligação glicosídica. Quando consumidos, são quebrados em monossacarídeos para serem absorvidos pelo organismo. Os principais exemplos de dissacarídeos são:
- Sacarose: O açúcar de mesa comum,
composto de uma molécula de glicose e outra de frutose.
- Lactose: O açúcar encontrado no
leite e seus derivados, composto por glicose e galactose.
- Maltose: Formada pela união de
duas moléculas de glicose.
3. Polissacarídeos: São
carboidratos complexos, formados por cadeias longas de monossacarídeos. Os
polissacarídeos podem ter funções de armazenamento de energia ou estruturais.
Os principais exemplos incluem:
- Amido: O principal polissacarídeo
de reserva de energia nas plantas, constituído por glicoses ligadas entre si.
- Glicogênio: Forma de armazenamento
de energia em animais, encontrado no fígado e músculos. Formada também por
glicoses, mas com um número de ligações maiores.
- Celulose: Um componente estrutural
das paredes celulares das plantas, composto por longas cadeias de glicose.
Além dessa classificação estrutural, os açúcares podem ser divididos em açúcares redutores e açúcares não redutores, com base em sua capacidade de doar elétrons durante reações químicas. Essa distinção é importante em análises laboratoriais e na compreensão de como diferentes açúcares interagem com outras substâncias em processos industriais e biológicos. A seguir, veremos as diferenças entre esses dois tipos de açúcares.
Açúcares redutores
Açúcares redutores (AR) são os que
possuem a capacidade de doar elétrons a outras moléculas durante reações
químicas, funcionando como agentes redutores. Essa capacidade de doação de
elétrons ocorre devido à presença de um grupo funcional aldeído (-CHO) ou
cetona (-C=O) livre em sua estrutura química.
A principal característica dos
açúcares redutores é que eles têm um grupo carbonila (C=O) reativo. Esse grupo
é capaz de reagir com agentes oxidantes, como o cobre, presente em reagentes
específicos, o que resulta em uma mudança visível na cor da solução, permitindo
a detecção do açúcar.
Exemplos de Açúcares Redutores
Os açúcares redutores incluem os
monossacarídeos e alguns dissacarídeos. Aqui estão alguns exemplos:
Glicose: Um dos açúcares redutores
mais importantes, presente em diversas fontes alimentares e na corrente
sanguínea humana. A glicose contém um grupo aldeído em sua forma aberta, o que proporciona
propriedades redutoras.
Frutose: É uma cetose (açúcar com
um grupo cetona), e um açúcar redutor, pois pode isomerizar-se em uma forma de
aldeído em solução aquosa, permitindo a reação redutora.
Lactose: Um dissacarídeo composto por glicose e galactose. A lactose é um açúcar redutor porque a glicose possui um grupo aldeído livre que pode reagir em testes de oxidação.
Açúcares não redutores
Açúcares não redutores (ANR) são
aqueles que, devido à sua estrutura química, não possuem a capacidade de doar
elétrons para outros compostos em reações de oxidação-redução. Esses açúcares
não apresentam grupos aldeído ou cetona livres, essenciais para que uma reação
redutora ocorra. Nesses açúcares, os carbonos anoméricos estão envolvidos em
ligações glicosídicas, o que impede que os grupos funcionais necessários para a
atividade redutora fiquem disponíveis para reagir com agentes oxidantes.
Então, a principal característica
dos açúcares não redutores é que eles não sofrem oxidação em contato com
reagentes específicos, como o de Fehling ou de Benedict. Então, eles não
alteram a cor dos reagentes que seriam usados para detectar açúcares redutores.
Exemplos de Açúcares Não Redutores
Os açúcares não redutores são alguns dissacarídeos e os polissacarídeos. Um importante exemplo de ANR é a sacarose:
- Sacarose: Encontrado em frutas, vegetais e utilizado como adoçante em alimentos processados. A sacarose é composta por uma molécula de glicose e uma de frutose, unidas por uma ligação glicosídica entre os carbonos anoméricos de ambas as moléculas. Isso impede que os grupos aldeído e cetona se tornem reativos, tornando a sacarose um açúcar não redutor.
Açúcares redutores e não redutores e sua determinação
Açúcares redutores e não redutores
reagem de maneira distinta as análises comumente usadas para identificar a
presença de açúcares em soluções. Os açúcares redutores reagem com agentes
oxidantes, como o reagente de Fehling, mudando a cor da solução, dependendo da
concentração de açúcar.
Já os açúcares não redutores, não
reagem com esses testes. Quando uma solução contendo apenas um ANR é testada
com o reagente, não há mudança na coloração, pois não possui grupos aldeído ou
cetona livres para participar da reação.
Para identificar açúcares não
redutores, a hidrólise ácida deve ser usada. A solução é tratada com ácido,
quebrando a ligação glicosídica, liberando os grupos aldeído e cetona livres.
Após essa hidrólise, o açúcar pode ser testado novamente, mostrando a presença
de açúcares redutores. A soma dos níveis de açúcares redutores e não redutores
representa a quantidade total de açúcares em uma amostra.
O Determinador de açúcares redutores TE-088, foi desenvolvido para facilitar e otimizar o processo de determinação de açúcares redutores. Ele se baseia no método de Lane-Eynon, utilizando o reagente de Fehling para a titulação e garantindo maior precisão e segurança na sua análise.
Esse equipamento se destaca por não depender da percepção visual para determinar o ponto final da titulação, eliminando a necessidade de um indicador visual como o azul de metileno. Em vez disso, o TE-088 utiliza um eletrodo de platina que detecta o ponto final da reação, oferecendo resultados padronizados, reduzindo a variabilidade entre as análises.
Considerações finais
A diferença estrutural entre
açúcares redutores e não redutores é um fator que define o comportamento
químico de cada grupo. Os açúcares redutores, como glicose e frutose, possuem
grupos funcionais livres, normalmente um grupo aldeído ou cetona, que permite
participar de reações químicas, como o teste de Fehling, além de interagir
facilmente com outras moléculas.
Já os açúcares não redutores, como
a sacarose, têm suas estruturas químicas mais estáveis devido à ligação entre
seus monossacarídeos, impedindo a liberação de grupos funcionais livres. Por
isso, esses açúcares não reagem diretamente como os redutores, necessitando de
uma etapa de hidrólise para que sejam quebrados e possam ser determinados
corretamente.
O uso de equipamentos, como o
TE-088, é fundamental para a determinação precisa dos açúcares redutores,
garantindo análises confiáveis em processos industriais e laboratoriais.
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