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Estudos com fungos em ambiente controlado

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Ambientes controlados desempenham um papel crucial nas pesquisas com fungos, proporcionando condições ideais para estudar o crescimento, a reprodução e as interações com outros organismos.

 

Os estudos em fungos desempenham um papel fundamental em diversas áreas, desde a agricultura até a biotecnologia. Neste texto, exploraremos a importância desses estudos, assim como os aspectos fundamentais relacionados à definição, características dos fungos e estudos em ambientes com controle de temperatura, umidade e fotoperíodo.


O que devemos saber sobre os fungos

O reino Fungi compreende um grupo diversificado de organismos eucariontes, caracterizados por um único núcleo e ausência de clorofila. Podem ser unicelulares ou pluricelulares e desempenham um papel essencial no ecossistema. Em contraste com as plantas, os fungos não realizam fotossíntese e, portanto, são heterotróficos, ou seja, obtém nutrientes de fontes orgânicas.

 

A estrutura celular dos fungos é distinta, caracterizada por células eucarióticas com núcleo verdadeiro, rodeadas por uma parede celular composta principalmente por quitina. Seus principais modos de nutrição incluem a absorção de nutrientes através de hifas, estruturas filamentosas que formam a estrutura básica dos fungos.

 

Os fungos apresentam uma notável diversidade morfológica, variando desde microrganismos unicelulares, como leveduras, até estruturas multicelulares, como cogumelos e bolores. Além disso, muitos fungos possuem capacidade metabólicas únicas, como a produção de enzimas que degradam materiais orgânicos complexos.

 

A compreensão dessas características fundamentais é essencial para a condução de estudos mais aprofundados sobre fungos e suas interações com outros organismos e o meio ambiente.



Papéis dos fungos na natureza

Os fungos desempenham uma variedade de papéis vitais nos ecossistemas naturais, contribuem para a manutenção do equilíbrio ecológico. Entre suas funções, destacam-se:

  1. Decompositores: os fungos desempenham um papel fundamental na decomposição de matéria orgânica morta, promovendo a reciclagem de nutrientes essenciais para o solo e o crescimento de plantas. Na agricultura, isso é fundamental para a fertilidade do solo, pois contribui para a formação de húmus e a disponibilidade de nutrientes para as culturas.
  2. Simbiontes: muitos fungos estabelecem relações simbióticas benéficas com plantas, formando micorrizas que ajudam na absorção de água e nutrientes do solo, aumentando a resistência das plantas a doenças e estresses ambientais;
  3. Patógenos:  alguns fungos são patógenos que causam doenças em plantas, animais e até mesmo em seres humanos, representando uma importante pressão seletiva nos ecossistemas naturais. No entanto, esses fungos podem ser utilizados de forma benéfica no controle biológico de pragas e doenças. Os fungos entomopatogênicos, por exemplo, infectam insetos-praga e ajudam a controlar suas populações.

 


Condições favoráveis para o desenvolvimento fúngico

O desenvolvimentos dos fungos está intimamente ligado às condições ambientais, podendo variar dependendo das espécies. Entre os fatores gerais que influenciam seu crescimento e reprodução estão:

  1. Temperatura: a faixa de temperatura ótima para o crescimento dos fungos varia amplamente de acordo com a espécie, mas geralmente está entre 20°C e 30°C. Temperaturas mais elevadas podem acelerar seu crescimento, enquanto temperaturas abaixo de 0°C ou acima de 40°C tendem a inibir seu desenvolvimento.
  2. Umidade: a umidade é essencial para o crescimento fúngico, pois facilita a absorção de nutrientes e a dispersão de esporos. Ambientes úmidos são propícios ao desenvolvimento de fungos, geralmente entre 70% a 90% enquanto a falta de umidade pode impedir sua proliferação.
  3. Luminosidade: embora muitos fungos prefiram ambientes escuros e úmidos, a luz também pode influenciar seu desenvolvimento, especialmente em relação à pigmentação e outras respostas fisiológicas;
  4. Níveis de CO2: o dióxido de carbono é um fator importante para o crescimento dos fungos, pois é utilizado na fotossíntese em algumas espécies e afeta a respiração e o metabolismo dos microrganismos.
  5. Substrato: Os fungos podem se desenvolver em uma variedade de substratos orgânicos, incluindo solo, matéria vegetal em decomposição e tecidos de plantas vivas. Algumas espécies de fungos patogênicos dependem da presença de tecidos vegetais para se estabelecerem e se proliferarem.

 

Essas condições podem variar amplamente dependendo do habitat e do tipo de fungo, sendo essencial compreender como elas afetam seu desenvolvimento tanto em ambientes naturais quanto em ambientes controlados, como laboratórios e instalações de cultivo.



Ambientes controlados em estudos de fungos

Os ambientes controlados, como as câmaras climáticas, desempenham em papel fundamental na pesquisa fungológica, oferecendo condições ideais para o estudos de fungos, minimizando variáveis externas que possam afetar os resultados.

 

As câmaras climáticas proporcionam controle preciso de fatores ambientais, como temperatura, umidade, luz e CO2, que são críticos para o crescimento e desenvolvimento dos fungos. Isso permite aos pesquisadores criar condições ótimas para a proliferação e estudo desses organismos em diferentes estágios do ciclo de vida.

 

Além disso, os ambientes controlados facilitam a replicação de experimentos, possibilitando a comparação de resultados entre diferentes condições e a realização de estudos longitudinais. Isso é especialmente relevante para pesquisas que visam entender os efeitos de variáveis ambientais na ecologia, fisiologia e patogenicidade dos fungos.

 

Para estudos que necessitam de controle de parâmetros ambientais, como fotoperíodo, temperatura e umidade do ar, a Tecnal oferece algumas soluções, como:

 

     Câmaras climáticas para crescimento de plantas: Esse equipamento possui iluminação, controle de temperatura e umidade, permite simular diversas condições ambientais ideais para pesquisas com plantas e microrganismos. Além disso, tem a possibilidade de adição de gases, como o CO2. Esse equipamento está disponível em dois modelos, a TE-4002/3 (uma porta) e TE-4002/4 (duas portas).


Tabela 1.  Características das câmaras climáticas para crescimento de plantas da Tecnal. 


Salas Climáticas TE-4004São ambientes controlados que também tem a capacidade de regular temperatura, umidade do ar e luminosidade. Sua principal vantagem reside na capacidade de armazenamento, podendo ser personalizado conforme as necessidades do usuário.

As salas climáticas são montadas sob medida, de acordo com as especificações solicitadas pelo cliente. Os clientes definem a dimensão da sala, umidade do ar, temperatura, iluminação e disposição das prateleiras. O painel de controle, que é do tipo touch screen, oferece controle de acesso por níveis de usuário, proporcionando praticidade e segurança.

 


Artigos cientifícos e estudos em ambientes controlados

A literatura científica possui diversos estudos que exploram o desenvolvimento, diversidade, e interações de fungos com outros organismos, em diferentes áreas de conhecimento, agrícola, médica e industrial.

 

Artigos têm investigado, por exemplo, o estudo feito por Xu et al. (2021), a decomposição de fungos aerotransportados em uma câmara de teste com temperatura e umidade constantes. O objetivo era estudar se os fungos mudavam ou não durante o processo metabólico simulado na câmara de teste, sem a influência do ambiente externo. Nesse caso, o uso de câmara que controla temperatura e umidade é fundamental para obtenção de resultados mais seguros, pois se tem a garantia que não houve variação externa dos parâmetros avaliados.

 

Uma câmara climática também foi usada no estudo com fungos de Varejão et al. (2013), sobre a toxicidade de filtrados de cultura de Alternaria euphorbiicola em folhas de Euphorbia heterophylla. Sementes foram inoculadas com o fungo e colocadas em câmaras com temperatura de 25ºC e fotoperíodo de 12 horas.

 

Já no trabalho de Debona et al. (2015), plantas de trigo inoculadas com uma suspensão de conídios de P. oryzae foram armazenadas em câmaras climáticas para crescimento de plantas, com temperatura de 25ºC, 90% de umidade e período inicial de 24 horas de escuro, para facilitar a contaminação das plantas.

 

Em resumo, os ambientes controlados desempenham um papel crucial na pesquisa fungológica, fornecendo as condições ideais para o estudo detalhado e preciso dos fungos e suas interações com o ambiente.

 

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Referências bibliográficas

DE MORAES, A. M. L.; PAES, R. A.; DE HOLANDA, V. L. Conceitos e Métodos para a Formação de Profissionais em Laboratórios de Saúde. 2009.

ALVES, R. T.; FARIA, M. Pequeno manual sobre fungos entomopatogênicos. Planaltina (DF), Embrapa Cerrados, p. 26-31, 2010.

XU, C.; CHEN, H.; LIU, Z.; SUI, G.; LI, D.; KAN, H.; ZHAO, Z.; HU, W.; CHEN, J. The decay of airborne bacteria and fungi in a constant temperature and humidity test chamber. Environment International, v. 157, p. 106816, 2021.

VAREJÃO, E. V. V.; DEMUNER, A. J.; BARBOSA, L. C. A.; BARRETO, R. W.; VIEIRA, B. S. Toxicidade de filtrados de cultura de Alternaria euphorbiicola em folhas de Euphorbia heterophylla. Planta Daninha, v. 31, n. 1, p. 1–9, jan. 2013.

DEBONA, D.; RIOS, J. A.; NASCIMENTO, K. J. T.; SILVA, L. C.; RODRIGUES, F. A. Influence of magnesium on physiological responses of wheat infected by Pyricularia oryzae. Plant Pathology, v. 65, n. 1, p. 114-123, 2016.