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Determinação de fenóis em água e efluentes: método colorimétrico com 4 – aminoantipirina
TE-1256,fenol
FENOL
Os compostos fenólicos são uma classe de comostos orgânicos que possuem pelo menos uma hidroxila diretamente ligada a um ou mais anéis aromáticos (anéis benzênicos). O primeiro membro dos produtos químicos pertencentes a esta categoria de compostos orgânicos é denominado fenol, também conhecido como ácido carbólico, benzofenol ou hidroxibenzeno com a fórmula química C6H5OH.
Produzido
naturalmente ou por processos antropogênicos, os compostos fenólicos podem ser
encontrados em alimentos, material orgânico em decomposição, bem como em fezes
e urina de animais, incluindo o homem. Ao
longo dos anos, diversas metodologias foram desenvolvidas para a síntese
industrial do fenol, sendo a oxidação do cumeno e tolueno (hidrocarbonetos) as
principais rotas sintéticas (Oliveira, 2015). A presença de compostos fenólicos
em corpos d'águas se deve principalmente a descarga de efluentes indústrias, oriundos
das atividades de produção de: plásticos, corantes, tintas, antioxidantes,
polímeros sintéticos, resinas, pesticidas, detergentes, desinfetantes,
refinaria de óleo e principalmente de papel e celulose, além de mineração de
carvão ou mesmo de despejos domésticos.
Grande
parte dos compostos fenólicos possuem efeitos tóxicos em humanos e animais,
pois penetram na pele e membranas celulares, causando graves efeitos de curto e
longo prazo. Devido a sua alta
toxicidade e persistência no ambiente, estes compostos são listados como
poluentes de preocupação prioritária pela Agência de Proteção Ambiental dos
Estados Unidos. No Brasil, a Resolução CONAMA n° 430 (2011), que alterou e
complementou a Resolução nº 357, dispõe sobre padrões de lançamento de
efluentes de fontes de poluição em corpos de água receptores, estabelecem o
limite máximo de 0,5 mg/L (C6H5OH) de fenóis totais (substâncias
que reagem com 4-aminoantipirina) em efluentes.
DETERMINAÇÃO DE FENÓIS
Esta
aplicação descreve a destilação de amostras que contêm fenol e subsequente
determinação de acordo com a metodologia descrita no Standard Methods for the Examination of
Water and Wastewater (2012).
As amostras de águas residuais e efluentes, devem ser armazenadas a 4°C ou menos (CÂMARA DE CONSERVAÇÃO TE-385) exceto se analisadas em até 4 horas após da coleta, a fim de evitar a oxidação química, além de acidificadas com 2 mL de ácido sulfúrico (1:1). Analisar amostras conservadas e armazenadas em até 28 dias após a coleta.
A determinação dos compostos fenólicos é realizada pelo método 4-aminoantipirina, que envolve a uma destilação preliminar utilizando o Destilador de fenol TE-1256, onde os fenóis são separados de impurezas não voláteis. Posteriormente, o destilado (contendo fenol) irá reagir com 4-aminoantipirina na presença de ferrocianeto de potássio (em meio alcalino), formando a antipirina, cuja a absorbância é lida em Espectrofotômetro (modelos V-5000 ou UV-5100), de acordo como os métodos abaixo:
- Método indireto (extração com clorofórmio) (A): altamente
sensível, recomendado para amostras com baixa concentração de fenol, contendo
menos de 1 mg de fenol/l. O limite de
detecção para o método indireto é 0,001 mg/l
Este método determina fenol, orto e meta
substituídos, e sob pH adequado, para substituídos, no qual os substituintes
são um carboxil, halogênio, metoxil ou ácido sulfônico (APHA, 2005). O
procedimento recomendado pela legislação é o método colorimétrico com 4 –
aminoantipirina. Este procedimento permite quantificar e analisar alguma
tendência desses compostos no resíduo.
DESTILAÇÃO
-Em um béquer, adicionar 500 ml
de amostra e ajustar o pH a 4,0 com solução de ácido fosfórico (H3PO4)
utilizando o MEDIDOR DE PH MICROPROCESSADO R-TEC-7-MP e transferir o
conteúdo para o balão de destilação de fenol. Caso a amostra tenha sido
preservada conforme descrito acima, ajustar o pH a 4,0 com 2,5N NaOH.
- Montar os condensadores,
utilizando as garras fixadoras. Montar os balões de destilação. Verificar o
encaixe do condensador com o balão para evitar vazamento de vapor. Conectar
mangueira de silicone na entrada e saída de água ao banho termostático, modelo TE-183 ou TE-186, para resfriamento dos condensadores, proporcionando economia de água;
-Destilar 450 mL de amostra,
parar a destilação e, quando cessar a ebulição, adicionar 50 ml de água quente
a balão de destilação. Continuar a destilação até que um total de 500 ml de
amostra tenha sido recolhido.
-Caso o destilado permaneça turvo,
acidificar com solução de ácido fosfórico e efetuar o processo descrito acima
novamente.
-Caso o segundo destilado ainda
se manter turvo, proceder o tratamento descrito abaixo
Tratamento quando o 2º destilado for
turvo: Adicionar 4 gotas de indicador alaranjado de metila ao destilado.
Ajustar o pH com ácido sulfúrico 1N (até a cor vermelha). Transferir para um
funil de separação e adicionar 150g de cloreto de sódio. Agitar e adicionar 5 porções
de clorofórmio sucessivamente, sendo 40mL na primeira e 25mL nas seguintes,
intercalando-as com vigorosa agitação. Transferir a camada de
clorofórmio para um segundo funil separador e agitar com três porções
sucessivas de hidróxido de sódio (2,5 N), usando 4,0 ml na primeira porção e
3,0 ml nas demais. Separar o extrato alcalino e levar ao banho-maria (BANHO MARIA DIGITAL TE-056-MAG) afim de remover o clorofórmio residual. Diluir
para 500mL, com água destilada.
Após a destilação, proceder a determinação seguindo um dos métodos abaixo, de acordo com a concentração da amostra.
A) Método Indireto (Extração
com clorofórmio)
-Colocar 500 ml do destilado, ou uma quantidade adequada que
não contenha mais de 50 µg de fenol, diluído a 500 ml em um béquer de 1 litro.
-Preparar o
branco (500 ml de água destilada) e uma
série de padrões de 500 mL contendo 5, 10, 20, 30, 40 e 50 µg de fenol.
-Adicionar a amostra, branco, e padrões 12,0 ml de hidróxido
de amônio (0,5 N) e ajustar imediatamente o pH a 7,9 ± 0,1 com tampão fosfato. Em
algumas circunstâncias, um pode ser necessário um pH mais elevado
-Transferir para um funil de separação de 1 litro, adicionar
3,0 ml de solução de 4- aminoantipirina e misturar bem;
-Adicionar 3,0 ml de solução de ferricianeto de potássio,
misturar bem, e deixar a cor desenvolver-se durante 15 minutos. A solução deve
ser clara e amarelo claro.
-Extrair imediatamente com clorofórmio, usando 25 ml para cubetas
de 1 a 5 cm e 50 ml para cubeta de 10 cm.
-Agitar o funil de separação pelo menos 10 vezes, deixar o clorofórmio
assentar, agitar novamente 10 vezes, e deixar o clorofórmio assentar novamente.
-Filtrar cada extrato de clorofórmio através de um papel
filtro contendo 5 g de sulfato de sódio anidro.
-Coletar os extratos secos em cubetas limpas para medir a
absorbância em espectrofotômetro (não adicionar mais clorofórmio ou lavar os papéis
filtrantes e funis).
-Ler a absorbância da amostra e dos padrões contra o branco no
comprimento de onda a 460 nm. Construir a curva de calibração e verificar cada
curva periodicamente para assegurar a reprodutibilidade.
Cálculo
Onde: A = µg fenol na amostra padrão da curva de calibração
e B = ml da amostra original
Para análises pouco frequentes: Preparar 500 ml solução
padrão de fenol com uma força aproximadamente igual ao conteúdo fenólico dessa
porção da amostra original utilizada para análise final. Preparar também um
branco com 500 ml de água destilada. Continuar como descrito acima, mas medir a
absorbância da amostra e padrão de fenol contra o branco a 460 nm.
Cálculo 2

Onde, C = µg da solução padrão de fenol, D= absorbância da
amostra, E= absorbância da solução padrão de fenol e B= ml da amostra original.
B) Método Direto
- Colocar 100 ml do destilado, ou uma porção contendo até
0,5 mg de fenol diluído a 100 ml, num béquer de 250 ml.
-Preparar um branco de 100 ml de água destilada e uma série
de soluções padrão de fenol (100 ml) contendo 0,1; 0,2; 0,3; 0,4 e 0,5 mg de
fenol.
- Adicionar a amostra, branco, e padrões 2,5 ml de hidróxido
de amônio (0,5 N) e ajustar imediatamente o pH a 7,9 ± 0,1 com tampão fosfato.
- Adicionar 1,0 ml de solução 4-aminoantipirina e misturar
- Adicionar 1,0 ml da Solução de ferricianeto de potássio e
misturar
- Após 15 min, transferir para as cubetas. Ler a absorbância da amostra e padrões contra
o branco no comprimento de onda 500 nm
-Calcular a concentração de fenol da amostra a partir da
curva de calibração, de maneira similar a descrita para o método A
- Determinar a concentração de fenol, através do Cálculo
1
- Cálculo 2: Utilização de um único padrão de fenol
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dentre as principais técnicas disponíveis para a determinação de compostos fenólicos, o método descrito tem a vantagem de ser simples, de baixo custo e facilmente reprodutível, premissas importantes para procedimentos analíticos. Além disso, tais premissas são importantes por possibilitar a análise dessa classe de substâncias extremamente preocupantes por apresentarem toxicidade, bioacumulação nas cadeias alimentares e persistência no meio ambiente.
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REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas. Água –
Determinação de fenol total – Método Colorimétrico. NBR 10740. Rio de Janeiro,
1989.
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 430, de 13 de
maio de 201 Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes,
complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho.
Oliveira, Pedro Henrique R. de. Métodos de preparação industrial de
solventes e reagentes químicos: Fenol. Revista Virtual de Química, v. 7, n. 4,
p.339-343, abr. 2015. Disponível em: <http://rvq.sbq.org.br/imagebank/pdf/v7n4a31.pdf>.
Acesso em: 23 dez 2020.
Standard Methods for the Examination of Water and
Wastewater. E.W.
Rice, R.B. Baird, A.D. Eaton, L.S. Clesceri, editors. 22ª ed. Washington: American Public Health Association, 2012. 1496p. Method 5530 – PHENOLS.