A água natural e a potável não são adequadas para as análises, necessitando de tratamentos específicos para sua utilização.

A água é a substância mais importante para vida de seres humanos e demais organismos no planeta, sendo impossível sobreviver sem ela.

Quando o assunto é água para laboratório, está deve ser livre impurezas e contaminantes, garantindo o resultado e qualidade das análises.

Para obter a água com a qualidade desejada são utilizados métodos como destilação, ultrafiltração, osmose reversa, deionização, etc., além de combinações entres as técnicas, visando transformar a água comum em um reagente para o laboratório.

Classificação

Vários órgãos normalizadores nacionais e internacionais têm estabelecido parâmetros de qualidade para água, como por exemplo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) responsável pela divulgação e atualização da Farmacopeia Brasileira, American Society for Testing and Materials (ASTM), Standard Methods for Analysis of Water and Wastewaters, United States Pharmacopeia (USP), International Organization for Standardization (ISO), etc.

Cada portaria possui uma definição específica para a classificação dos diferentes tipos de água, em função da aplicação. A ISO 3696:1995 “ Water for analytical laboratory use — Specification and test methods”  utiliza a seguinte classificação:

Água tipo III

É o tipo de água aceitável na maioria dos trabalhos que envolvam química líquida (procedimentos manuais baseados na observação).

Para sua obtenção são utilizados os métodos de destilação simples, osmose reversa ou deionização.

Abaixo, alguns exemplos da sua aplicação para os laboratórios:

§ Alimentação de autoclave

§ Lavagem de vidrarias

§ Abastecimento de câmaras de crescimento ou estabilidade

§ Geradores de vapor;

§ Preparo de meios de cultura;

§ Esterilização.

Água Tipo II

A água tipo II possui níveis reduzidos de contaminantes orgânicos, inorgânicos e coloides, tornando-se indicada para métodos analíticos e também para abastecer equipamentos que irão produzir água do tipo I.

A condutividade máxima para água tipo II é de 1 µs/cm a 25 ºC e sílica de 0,02 mg/L. A verificação desse parâmetro é possível com a utilização de condutivímetros. 

Uma múltipla destilação ou destilação tripla,  a deionização ou a osmose reversa somada a destilação podem produzir esse tipo de água.

Pode ser utilizada para:

§ Lavagens em geral

§ Preparo de Solução tampão e meios de cultura

§ Histologia

§ Espectrometriade Absorção Atômica 

§ EspectrofotometriaUV/VIS

§ Química geral

§ Diluição de amostra de reagente;

§ Análise de água (utilizada principalmente na produção de medicamentos)

Água ultrapura (Tipo I)

É a água de mais alta pureza, livre de coloides iônicos ou dissolvidos e de contaminantes orgânicos, apropriada para as técnicas analíticas mais sensíveis, como as descritas abaixo:

§ ICP-MS (Espectrometria de Massas com fonte de plasma indutivamente acoplado)

§ ICP-OES (Espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado)

§ HPLC (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência)

§ Análises de traços e quantitativas

§ Biologia molecular

§ Eletroquímica

§ Eletroforese

§ Cultura de tecidos

Para se conseguir esse padrão ultrapuro, com condutividade máxima de 0,1 µS/cm a 25 ºC e conteúdo máximo de sílica de 0,01 mg/l, uma das “rotas”, partindo de uma água de grau 2, é usar mais de um passo de membranas de osmose reversa ou eletrodiálise (EDI), seguida de uma filtração em membranas para remoção de particulados ou sílica do equipamento de destilação.

A utilização de processos consecutivos para obtenção da água tipo I torna essa etapa demorada e trabalhosa, apresentando baixo custo benefício e eficiência. Para otimizar a rotina laboratorial, podem ser utilizados os purificadores de água Sartorius, equipamentos compactos, que garantem o fornecimento de água ultrapura, abastecido diretamente com água da torneira.

Importância da água para análises

A água é o reagente mais importante dentro do laboratório e está presente na maioria dos processos e soluções nele utilizados.

A água deionizada (ou desmineralizada), a água destilada e água ultrapura são os tipos mais comuns nos laboratórios, sendo definidos em função das atividades do laboratório. Além disso, as características físicas, químicas e microbiológicas da água de abastecimento devem ser levadas em conta.

A utilização de água de qualidade nas análises é capaz de minimizar e/ou evitar erros analíticos, reduzir o desgaste dos instrumentos de mediação e proporcionar resultados mais confiáveis.

A escolha dos equipamentos para o tratamento de água deve ser tão rigorosa quanto a escolha dos equipamentos analíticos. Acesse nosso conteúdo e saiba mais sobre as diferenças entre os equipamentos para tratamento da água.

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Referências

International organization for standardization. Water for analytical laboratory use — Specification and test methods. BS EM ISO 3696:1995.

Siqueira, Gilson. Água para análise instrumental. Disponível em: https://a3analitica.com.br/bloga3pharma/2019/03/11/agua-para-analise-quimica-instrumental-o-que-e-quais-os-tipos-qual-e-sua-importancia/.